Criatividade: o que aprendi com os livros . parte 1

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Desde criança, o assunto da criatividade sempre me fascinou e os livros foram um dos caminhos para me aprofundar e conhecer outras visões sobre o tema. Esse meu interesse que também me levou a me formar em Comunicação Social e depois fazer uma especialização em ‘Processos criativos da palavra e imagem’, pela PUC Minas.

Nesta série “Criatividade: o que eu aprendi com os livros”, vou compartilhar os principais aprendizados que eles me trouxeram. Nesta primeira parte, vou te apresentar 3 deles.

Mas, desde já, quero deixar um alerta: criatividade não é assunto que se aprenda só lendo ou estudando. Eu trabalho diariamente com criatividade há mais de 15 anos e posso te afirmar que não existe maneira melhor de enfrentar os desafios criativos do que criando. Porém, posso te garantir também que entender o que se passa na nossa cabeça e encarar os nossos fantasmas de frente pode elevar a sua produção criatividade para outro nível.

• Roube como um artista, Austin Kleon

Curtinho, direto, subversivo e certeiro.

Nesse livro, Austin Kleon busca romper com a ilusão da originalidade tão atrelada ao conceito de criatividade. Segundo ele, nada é original, nada vem do nada. Todas as ideias foram criadas a partir da junção de outras ideias. Diante disso, um bom artista é aquele capaz de “roubar” coisas interessantes e, depois, remixar esses elementos criando uma nova composição.

“Roube qualquer coisa que ressoe em você, que te inspire ou abasteça sua imaginação. Devore filmes antigos, filmes novos, conversas aleatórias, arquitetura, pontes, sinais de rua, árvores, nuvens, bacias hidrográficas, luz e sombras. Para roubar, selecione apenas as coisas que falam diretamente à sua alma. Se você fizer assim, seu trabalho (e furto) será autêntico.” Jim Jarmusch 

Um outro ponto interessante que ele traz é a diferença do “bom roubo” para o “mau roubo”, ou da “inspiração” para o “plágio”.  O “bom roubo” exige estudo e mistura várias referências, honrando-as e transformando-as em algo novo, que traduza a visão do artista sobre o mundo. Enquanto o “mau roubo” rouba de apenas uma fonte, copiando e degradando a obra original.

Entre outras dicas, Austin Kleon nos aconselha a criarmos sobre aquilo que gostamos e não necessariamente sobre aquilo que conhecemos. Ele acredita que essa paixão é um poderoso combustível para a criatividade.

“Desenhe a arte que você quer ver, comece o negócio que quer gerir, toque a música que quer ouvir, escreva o livro que quer ler, crie os produtos que quer usar – faça o trabalho que você quer ver pronto.” Austin Kleon 

Com esse livro eu me libertei da peso da cobrança pela originalidade total. Também tomei consciência de um processo que eu já fazia intuitivamente: colecionar encantamentos e usá-los como matéria-prima para meus processos criativos.

• A história secreta da Criatividade, Kevin Ashton 

Usando histórias reais e muitas pesquisas, Kevin Ashton nos mostra os bastidores do processo criativo em diversas áreas, desde as artes até a engenharia.

Uma leitura rica e cheia de curiosidades pra nos mostrar que a criatividade está ao alcance de todos, ou melhor, de todos aqueles que estiverem dispostos a se dedicarem de fato a ela.

Quando a gente pensa em criatividade, um monte de mitos e idealizações vem à nossa mente. Kevin cita alguns desses mitos que acabam limitando o nosso acesso ao nosso potencial: o mito do dom, o mito da inspiração, o mito de que as ideias são o centro da criatividade, o mito de que toda inovação será celebrada, entre outros.

“Não existem atalhos para a criação. O caminho é feito de muitos passos – nem retos, nem sinuosos, mas como um labirinto.” Kevin Ashton

Uma das histórias que ele conta é a de Woody Allen. Ao falar da recusa do cineasta em aceitar prêmios concedidos às suas obras, o Kevin nos alerta para o perigo de usarmos uma motivação extrinseca como impulsionadora para a criatividade. Segundo o autor, a chance de fazermos trabalhos menos criativos e de ficarmos mais frustrados aumenta quando temos em vista uma avaliação externa.

“Os lampejos de inspiração são externos – eles estão fora do nosso controle. O poder de criar deve vir de dentro. O bloqueio do escritor é esperar – esperar alguma coisa fora de você – e é somente um modo mais brilhante de dizer procrastinação ou “empurrar com a barriga”. Kevin Ashton

Esse livro me mostrou que os criadores mais bem sucedidos são aqueles capazes de realmente de ir fundo, se comprometerem com o seu trabalho e persistirem apesar dos desafios.

“Dizer ‘não’ tem mais poder criativo do que ideias, insights e talento combinados. Dizer ‘não’ poupa tempo, o fio com o qual tecemos nossas criações. A matemática do tempo é simples: você tem menos do que imagina e precisa de mais do que acredita.”

• A ilusão de Ícaro, Seth Godin

O autor começa retomando o mito grego de Ícaro, que deu origem ao título. Após ganhar asas coladas para escapar de um labirinto, Ícaro acabou caindo no mar e morrendo. O motivo de sua queda teria sido a desobediência ao seu pai que o aconselhou a não voar muito alto para que a cera que prendia suas asas não derretessem.

Só que, segundo Seth Godin, existe uma parte desta história que foi esquecida. Poucos sabem que seu pai também teria orientado o filho a não voar muito perto do mar, porque a umidade destruiria as suas asas. Esse foi o motivo que, de fato, o fez cair, e não uma proximidade com o sol, ainda muito distante para aquecer a cera.

Seth Godin afirma que esse medo de “voar alto demais” ficou tão introjetado culturalmente que ainda impede as pessoas de usarem a sua criatividade e realizarem tudo aquilo que são capazes.

“Estamos com tanto medo de demonstrar arrogância, tanto medo da vergonha de nos dizerem que voamos alto demais, tão paralisados pelo receio de que não nos enquadramos, que caímos na propaganda e não fazemos o que somos capazes de fazer.” Seth Godin

O autor traz também uma nova definição para arte. Para ele, a arte é a capacidade que as pessoas têm de se conectarem umas com as outras, de uma forma tão generosa que seja capaz de provocar mudanças. Você pode ser médico, advogado, contador, não importa a sua profissão. Importa a sua disponibilidade de se entregar, ir fundo nos processos e questionar a realidade à sua volta.

“Arte não é uma coisa feita por artistas. Artistas são pessoas que fazem arte. (…) Arte não é beleza. Arte não é pintura. Arte não é algo que você dependura na parede. Arte é o que fazemos quando nos sentimos realmente vivos. (…) Um artista é alguém que usa a bravura, insights, criatividade e ousadia para desafiar o status quo.” Seth Godin

Ele afirma que estamos começando uma nova era, a Era da Conexão, e que as pessoas que vão se destacar daqui pra frente serão aquelas capazes de se comprometerem com a sua arte, seja ela qual for.

Com esse livro eu aprendi que, quando unimos criatividade e coragem, podemos criar conexões verdadeiras e profundas com os outros e assim somos capazes de nos transformar e transformar a realidade ao nosso redor. 

Gostou das dicas? Confira outros livros na parte 2 desta série.

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Dani Brandão

Encantadora de palavras e imagens. Facilitadora de fluxos criativos. Criadora da Waau. 

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