E assim ele chegou ao mundo: o breve livro das abreviaturas indesejáveis. Sim, meu livro chegou com seu título longo e propondo brevidades. Chegou por extenso e falando sobre abreviaturas. Sim, ele chegou para colocar o dedo nas contradições, nas minhas, nas suas, nas nossas.
Ele chegou numa manhã de outono depois de uma longa espera de 5 anos após aquele breve lampejo aos pés dos meus ouvidos numa madrugada também outonal: você vai escrever um livro, o livro das abreviações desnecessárias. Esse primeiro assopro veio acompanhado de uma enxurrada de ideias, mas com um incômodo. Algo me dizia que ainda não era aquilo. As tais abreviaturas podiam até não ser bem-vindas, mas eram, sim, necessárias.
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E muitas estações se passaram até que no ano passado chegou o fio que me faltava: o indesejáveis. Assim eram aquelas abreviaturas, necessárias, mas indesejáveis. E ao acolher o indesejável, chegou a mim a coragem para fazer não apenas as costuras, mas também os cortes, as temidas podas e assim deixar morrer o que precisava morrer e trazer vida-seiva pro que precisava nascer.
E não à toa ele chegou na temporada do desapego, trazendo nas mãos uma abreviatura daquilo que há de mais delicado em uma árvore, carregando em sua capa convite em forma de pétala, como bem traduziu a escritora-poeta @oficialanacarolinalemos, a quem aliás agradeço imensamente a escuta e as trocas preciosas nessa jornada. Aproveito para agradecer também ao olhar cuidadoso da querida Teo com minhas palavras e de toda a equipe da editora @tomaaiumpoema que está cuidando da publicação com tanto carinho.
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Muito obrigada!